Uma rotina saudável, com a prática de atividades físicas regulares e uma alimentação balanceada, rica em nutrientes importantes para a saúde óssea, são essenciais para a prevenção de uma osteoporose precoce.
Porém, é inevitável a “lei do tempo”, sendo necessários maiores cuidados com os ossos com o passar das décadas. E isso varia também de acordo com o sexo. No caso das mulheres, o início da menopausa indica o período certo para um olhar mais atento em relação à questão. Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos terá osteoporose. De acordo com o Ministério da Saúde, 50% destas terá uma fratura em função da doença.
Sendo assim, qual a idade ideal para realizar exames específicos para a saúde óssea, a exemplo da densitometria óssea, especialmente nas mulheres? O Dr. Marcelo Mamede, especialista em medicina nuclear da Clínica Villela Pedras, responde abaixo perguntas sobre o tema.
1) O início da menopausa marca um período certo para um olhar mais atento em relação à saúde óssea. Comente sobre essa fase da vida mulher, o que leva a esse olhar mais cuidadoso sobre a questão?
Na menopausa, há uma queda nas concentrações hormonais na mulher, essenciais na manutenção regenerativa dos ossos. Assim, quando a mulher entra na menopausa, há a necessidade de se avaliar (juntamente com seu ginecologista) a possibilidade de reposição hormonal para evitar perda óssea. Além do aspecto hormonal, deve-se ter uma atenção especial na alimentação (fontes de cálcio e vitamina D) e no estilo de vida (evitar sedentarismo, consumo excessivo de álcool, cigarro).
2) Muitas doenças possuem uma forte relação com o histórico familiar, levando à uma maior propensão do indivíduo desenvolver certas patologias. Como funciona essa questão de hereditariedade em relação à osteoporose? É preciso iniciar exames preventivos de forma precoce?
A osteoporose é uma doença caracterizada por perda da massa óssea decorrente do desbalanço entre formação/absorção óssea. Existem inúmeras patologias e medicamentos que podem levar à osteoporose. No tocante à hereditariedade, existem algumas alterações genéticas que podem aumentar o risco de osteoporose (ex.: genes que codificam o receptor da vitamina D), alterações genéticas que afetam a regulação hormonal (ex.: variação no gene codificador do receptor de estrógeno), alterações genéticas que afetam o remodelamento ósseo (ex.: alterações nos genes que codificam osteoprotegerin) e osteogenesis imperfecta. Normalmente, não há um estudo genético focado na osteoporose. Entretanto, no diagnóstico, a densitometria óssea é o exame mais indicado para avaliar a densidade óssea.
3 ) Por falar em herança genética, há mulheres que apresentam histórico familiar de menopausa precoce. Como essas mulheres devem proceder então em relação à idade certa de cuidar da saúde óssea, ainda que não tenham entrado na menopausa?
Na menopausa precoce, a avaliação ginecológica é extremamente importante, pois as baixas concentrações hormonais na idade adulta irão impactar negativamente no balanço da formação/absorção óssea. Nesse cenário, a mulher deve ter atenção redobrada nos aspectos alimentar e estilo de vida.